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Mais de dois milhões de moçambicanos vivem com o HIV: Raparigas dos 15 aos 18 anos constituem grande parte

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Em Mocambique, pelo menos 13% da populacao vive com HIV/SIDA

Nampula (IKWELI) – Assinalou-se no passado domingo, 1 de Dezembro, o dia mundial de combate ao HIV/Sida e os dados tornados públicos em relação a Moçambique face a esta doença não são nada animadores.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse, na sua intervenção a propósito, que, pelo menos, pouco mais de dois milhões de moçambicanos vivem com o Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla inglesa) e que destes a maioria são raparigas da idade compreendida entre os 15 e os 18 anos de idade.

Este número cresceu, sobremaneira, no período que vai de Dezembro de 2014 a Junho do corrente ano de 2019, o número de beneficiários do tratamento anti-retroviral (TARV) passou de mais de seiscentos mil para pouco mais de um milhão.

As cerimónias centrais do dia mundial de combate ao HIV/Sida tiveram lugar na cidade de Nampula, sob orientação de Filipe Nyusi, o qual anunciou que quanto a óbitos pela endemia, registou-se uma redução de 20% entre 2014 a 2019.

A redução de óbitos, segundo o estadista, deve-se aos esforços empreendidos pelo seu governo, o qual, através do Ministério da Saúde (MISAU) tem vindo a promover práticas e acessos a medicamentos de forma menos sacrificante para os pacientes. Uma dessas medidas compreende o recebimento de medicamento anti-retroviral trimestralmente.

Nyusi precisou ainda que no início do corrente quinquénio, os serviços de TARV estavam disponíveis apenas em 753 unidades sanitárias, ou seja, em 52%, mas actualmente, os mesmos estão disponíveis em 1.538 unidades sanitárias, o que representa o universo de 93%. Esta expansão dos serviços ditou o aumento significativo de pessoas com acesso ao TARV.

A fonte apontou ainda que é desafio do seu governo, sobretudo com os seus planos de governação, contribuir para a erradicação da doença até 2030, e as acções conjuntas com os parceiros de cooperação estão a surtir efeitos desejados.

O Plano estratégico de combate ao HIV/SIDA do período 2016 e 2020, consagra a meta estratégica global “90, 90, 90”, ou seja, segundo Nyusi, “o primeiro 90 significa 90% de pessoas vivendo com HIV sejam diagnosticadas através da expansão de serviços de aconselhamento e testagem, o segundo 90 refere que 90% das pessoas diagnosticadas recebam o tratamento anti-retroviral e o terceiro 90, significa que 90% das pessoas recebendo o tratamento anti-retroviral tenham níveis não detectáveis do vírus no sangue e que não possam transmitir as outras pessoas”.

Ainda com todos estes resultados positivos, Filipe Nyusi não escondeu a sua preocupação em relação a transmissão do vírus da mãe para o filho durante a gravidez e/ou parto. No ano passado, essa forma de transmissão fixou-se em 15%.

A consciencialização e a convivência pacífica e solidária entre pessoas vivendo com HIV e as não vivendo, ainda constituem um desafio e o Presidente da República disse que, também, está preocupado com a discriminação dos seropositivos, facto que concorre para que as vítimas percam a sua auto-estima, perigando assim o esforço da sua recuperação.

A discriminação ainda contribui para que menos pessoas procurem pela testagem voluntária, com o receio de serem desamparadas quando positivamente detectadas com a doença.

Para reverter este cenário, Nyusi defende o envolvimento das confissões religiosas porque “as comunidades ouvem as confissões religiosas e os líderes comunitários”.

Já no quadro da qualidade de saúde dos funcionários e agentes do estado, o PR informou que pelo menos 13% vivem com o vírus da Sida.

Na província de Nampula, a mais populosa do país, 221.295 pessoas vivem com o HIV, destes 57% são mulheres e a percentagem de pacientes em tratamento anti-retroviral é de 48%.

O 1 de Dezembro de 2019, dia mundial de combate ao HIV/SIDA, em Moçambique, foi assinalado sob lema “comunidades fazem a diferença na resposta nacional ao HIV/SIDA”. (Celestino Manuel)