Nampula (IKWELI) – Mário Albino Muquissince, candidato a presidência da República de Moçambique pelo partido Acção de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), convocou a imprensa na manha desta terça-feira (3), para denunciar supostas ameaças de morte de que tem vindo a sofrer desde que iniciou a campanha eleitoral a 31 de Agosto último.
Segundo a fonte, as ameaças são protagonizadas pelo partido Frelimo, alegadamente porque a sua surpreendente candidatura, conjugado com o seu potencial político no maior círculo eleitoral do país, não deixa sossegado o partido no poder.
“No primeiro dia os nossos homens, do partido, constataram a presença de algumas pessoas estranhas que se identificavam como sendo do SISE e questionados se tinham credencial eles disseram que não tinham, e nós chamamos as pessoas e aconselhamos que não deviam se fazer presentes numa multidão como aquela porque estamos numa campanha eleitoral e esses irmãos se retiraram. O segundo dia tivemos a mesma intervenção de três senhoras, com mesmos dizeres, e nós aconselhamos a elas para que não pautassem por esta presença estranha sem a devida credenciação”, explicou o candidato Mário Albino, para depois prosseguir que “o nosso espanto é que ontem recebemos um irmão que dizia que tinha uma informação muito segura de que a FRELIMO estava a planificar o assassinato do candidato do AMUSI à presidente da Republica, como forma de não tirar aqueles 15 milhões [referentes ao financiamento público da campanha eleitoral de um candidato a presidência] que, no seu entender, vai fazer crescer o partido no norte, então devia retardar a entrega enquanto estão a procura executar este plano”.
“A pergunta que fica é, será que para sermos entregue esse valor precisamos de tanto sacrifício ou é necessário num mundo democrático, partidos grandes pautarem por aquilo que é uma vergonha para Moçambique, planificando-se assassinatos?”, questiona Mário Albino, para depois avançar que “tirar a vida, como aconteceu com Amurane, para silenciar o norte como forma de silenciar a democracia não é a solução, e nós repudiamos esse comportamento. Queremos dizer a FRELIMO e a CNE que este comportamento deve ser descartado em Moçambique porque os moçambicanos já acordaram”.
Chamado a reagir a esta acusação, Caifadine Manasse, porta-voz do partido Frelimo, desdramatizou a situação, afirmando que “a questão que ele levanta não faz parte da agenda do partido”.
“A FRELIMO é um partido de paz, um partido de tranquilidade, temos um manifesto eleitoral e temos uma agenda para a campanha eleitoral que é para divulgar o nosso manifesto, e acho que todos partidos deviam fazer a mesma coisa e não procurar malabarismo para tentar confundir a opinião pública. Essa é uma brincadeira, e uma forma de se empoleirar acima da FRELIMO que respeita todos os partidos políticos”, disse Manasse, em contacto telefónico com o Ikweli.
Caifadine Manasse concluiu a entrevista afirmando que “qualquer malabarismo que atente a ordem e tranquilidade pública acho que é a polícia onde deve-se entregar e resolver-se lá na polícia. O que está acontecer, acho que são pequenas brincadeiras que alguns partidos políticos quando chega este momento andam a fazer”. (Constantino Henriques)