Nampula (IKWELI) – Arrancou neste sábado, 31 de Agosto de 2019, a campanha eleitoral com vista as eleições de 15 de Outubro próximo, e no maior círculo eleitoral do país, Nampula, o evento arrancou, aparentemente, pouco violento, mas com anotações infinitas de violação da lei.
Os cruzamentos entre caravanas de partidos políticos diferentes não ofereceu trabalho a polícia, porque os seguidores respeitaram-se.
Maioritariamente, os partidos políticos colaram os seus panfletos e dos seus candidatos a presidência da República em locais proibidos por lei, mormente praças, monumentos, espaços públicos (escolas e centros de saúde), bem como locais de culto.
Nossos correspondentes, em todos os 23 distritos que Nampula dispõe, referiram-se de casos de violação de lei protagonizados, sobretudo, pelo partido Frelimo.
Em Nacala-Porto, a estátua de Eduardo Mondlane ficou vestida pelas cores da Frelimo. Igualmente, bens do estado, como viaturas e pessoal foram dispensados para colorir a campanha. Agentes económicos locais, também, foram ameaçados para prestarem apoio a Frelimo.
As caravanas eram, maioritariamente, constituídas por mulheres, as quais desconhecem os manifestos eleitorais dos seus partidos.
Das promessas
O candidato presidencial pelo partido Acção do Movimento Unido para Salvação (AMUSI), Mário Albino Muquissince, quer tornar Moçambique produtivo em todos os pontos, e a suam maior aposta é tornar as matas da Gorongosa, no centro de país, em uma referência de produção agrária.
“A nossa primeira coisa a atacar, se formos governo, é sobre a estrada nacional numero um. Aquilo é vergonha. Nós não podemos continuar a transitar moçambicanos naquelas condições, é vergonha. Aquilo deve se transformar em auto-estrada e no mínimo deve ter três faixas para que os moçambicanos do norte ao sul virem verdadeiramente irmãos. Esse projecto vai se secundar com a transformação da mata de Gorongosa em centro de agricultura industrializada e que aquela estrada seja livre daquela mata que eles criam para atormentar os moçambicanos depois das eleições. Nós não queremos voltar a ver isso, os moçambicanos desta vez têm a capacidade de lutar para que isso torne uma realidade para que aquela mata, uma vez por todas, depois de tomarmos posse atacamos e distribuímos os jovens que querem trabalhar, distribuímos tractores, dinheiros para as pessoas fazerem agricultura com financiamento forte e com uma assistência até se possível com uma cooperação internacional”, prometeu Mário Albino.
Luís Trinta Mecupia, cabeça-de-lista da Renamo a governador de Nampula, começou a sua campanha eleitoral no populoso bairro de Muhala – Expansão, onde começou por retratar Paulo Vahanle por não estar a pagar aos varredores de rua, sobretudo os voluntários.
A perdiz começou com uma passeata pelas principais artérias da cidade capital do maior círculo eleitoral do país.
“Um pai não nasce um filho com o seu coração, mas mesmo assim é o seu filho”, desculpou-se Trinta quanto a inoperactividade do autarca Vahanle, para depois prosseguir dizendo que “não é justo, mesmo se fosse no seu caso, atribuir uma tarefa, ou mesmo que venha fazer tarefa de forma voluntaria, e de pois de terminar a mesma não dar água para lavar as mãos e agradecer. Se eu não faço isso, não estou a ser justo. A pessoa se ajuda um irmão, o irmão tem de reconhecer isso”.
Quanto as promessas, Luís Trinta Mecupia começou por oferecer garantias de trabalho do lado que bem conhece: electricidade. A cara visível da Renamo pela eleição provincial em Nampula pretende expandir a rede eléctrica, viária, sanitária, educação e de abastecimento de água.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foi ao mais populoso bairro do país, Namicopo, onde pediu para que lhes seja garantido o voto a 15 de Outubro, no sentido de oferecer melhores serviços ao povo.
Vasco Napaua, delegado político provincial do MDM em Nampula, foi a cara visível na passeata e pedido de voto. “O partido vai a estas eleições propondo, efectivamente, a melhoria dos sectores da educação, saúde, infra-estruturas e meio ambiente”.
E a Frelimo, através de Margarida Talapa, chefe da brigada central de assistência a Nampula, focou-se no seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, incluindo a instrução dos seus membros e simpatizantes sobre como votar.
A Frelimo começou a sua caça ao voto na cidade de Nampula, com uma passeata, desaguando no estádio 25 de Junho, um espaço público vendido por Castro Sanfins Namuaca, membro do mesmo partido quando autarca de Nampula. (Aunício da Silva, Celestino Manuel, Constantino Henriques, Elisabeth José e Sitoi Lutxeque)