Há cada vez mais fetos abandonados no rio Molócuè, na província central da Zambézia, acto, alegadamente, perpetrado por menores de idade que, precocemente, engravidadas vêm-se na impossibilidade de criar outras crianças.
Nas últimas duas semanas, segundo apurou o Ikweli, na região, dois fetos foram encontrados nas bermas daquele curso de recurso hídrico, e na última quarta-feira (5), um grupo de mulheres que se dedica a extracção e venda de areia ao longo daquele rio descobriu um feto sem vida, de acordo com Margarida Fernando, uma das integrantes.
Conta-nos esta fonte que o mesmo estava embrulhado num saco plástico e em estado avançado de decomposição.
“Quando aproximei o plástico vi algo estranho. Chamei as minhas companheiras e de seguida abrimos e encontramos um feto que aparentava ter cinco meses”, disse a nossa fonte, visivelmente agastada.
Margarida revelou-nos que, seguidamente, tratou de informar as lideranças locais. A nossa entrevistada deu a conhecer que um outro caso foi registado na sexta-feira da semana antepassada, nas bermas do mesmo rio, sendo que desta vez, segundo disse, o feto aparentava ter quatro meses.
Márcia Felizardo, uma outra residente da vila sede do Alto – Molócuè, pede aos líderes comunitários para fazerem um trabalho nas suas zonas de modo a encontrar as autoras destes crimes, para posterior responsabilização criminal. Por outro lado, a nossa entrevistada aconselhou as mulheres a abandonarem estes tipos de comportamento pois, segundo ela, envergonham e chocam a sociedade.
“As meninas é que fazem muito esse tipo de vergonha, mas elas sabem que, ultimamente, há muitos meios de como prevenir-se para evitar gravidez”, defende a senhora Márcia.
As autoridades locais ainda não se pronunciaram sobre estas ocorrências. (Celestino Manuel)