Nampula (IKWELI) – As ruas da cidade de Nampula, maior e mais importante concelho autárquico do norte de Moçambique, foram assaltadas por vendedores informais por ordem do primeiro autarca interino na história das autarcizações e a situação já não está a agradar Paulo Vahanle, segundo edil eleito por um partido da oposição.
O malogrado Mahamudo Amurane fez história com a retirada pacífica dos vendedores informais que pululavam pelas ruas autarquias, depois de quinze anos da municipalização da cidade. Nos primeiros 15 anos da sua autarcização a cidade de Nampula foi dirigida por dois presidentes vindos do partido Frelimo, nomeadamente Dionísio Chereua (um mandato) e Castro Sanfins Namuaca (dois mandatos), mas nunca se dignaram a limpar devidamente a cidade e muito menos acabar com o comércio informal nas ruas e passeios.
Com o assassinato de Mahamudo Amurane, Manuel Tocova, então presidente da Assembleia Municipal, teve que assegurar interinamente a gestão da autarquia, e com ele acabou a beleza da cidade de Nampula.
Foi pela voz de Manuel Tocova que os vendedores informais retomaram as ruas da urbe, e dai recrudesceu o crime e a higiene e o saneamento do meio começaram a degradar-se, bem como a qualidade de vida dos munícipes.
Actualmente, circular pelas artérias do concelho autárquico de Nampula não é nada fácil, pois tudo virou mercado, incluindo o espaço que fica entre as faixas de avenidas.
Paulo Vahanle, depois de um sepulcral silêncio sobre o assunto, decidiu, finalmente, informar que vai “correr” com todos os vendedores informais que deambulam pelas ruas do seu concelho autárquico.
“Vamos atrás dos vendedores ambulantes que, até certo ponto, mancham a imagem da cidade”, disse Vahanle, prometendo assim reduzir, com esta medida, os índices de acidentes de viação que se registam na capital provincial de Nampula.
Como sempre Vahanle não fixou datas do início e término da operação, mas garante que a cidade voltará a civilização e urbanidade.
O autarca identificou um grupo específico como sendo autor moral da desordem que se vive no comércio na sua cidade. São os agentes económicos. “Os próprios agentes económicos são responsáveis por serem eles que fornecem o material de venda. Eles [agentes económicos] dizem que não têm como entrar nas suas lojas, por falta de acesso que tem sido bloqueado por vendedores ambulantes, mas, na verdade, o que constatamos é que os comerciantes é que entregam esses homens a venda desse material”, avisou Vahanle.
Paulo Vahanle, também, está interessado em acabar com a proliferação das barracas de venda de comidas, vulgo “Take aways”.
“Estamos a negociar com os agentes económicos a volta dessa matéria. Daqui a um mês [contados a partir do dia 13 de Maio corrente] vamos ter um encontro com eles. Vamos remover os take aways”; garantiu o edil. (Texto: Aunício da Silva e Sitoi Lutxeque, Foto: Hermínio Raja)