- Entre Janeiro e Março, o governo pagou pouco mais de três milhões e quinhentos mil meticais (3.500.000,00Mt) para o alojamento do governador no Grand Plaza Hotel de Nampula.
Nampula (IKWELI) – O governador de Nampula, Victor Borges, vive há, sensivelmente, três meses no mais luxuoso hotel da capital provincial, alegadamente, porque a sua residência oficial foi “assaltada” por ratos.
Nampula é a mais populosa província do país e, também, das mais pobres. A população é carenciada e os índices de desnutrição crónica são altos. Nos hospitais públicos falta um pouco de tudo, incluindo o paracetamol.
Enquanto Borges vive no Grand Plaza Hotel, os seus seguranças continuam a proteger a residência oficial que é, actualmente, ocupada por ratos, ou seja, “os seguranças estão protegendo ratos”, comenta-se nas esquinas de café locais, sobretudo porque os passeios da referida residência, localizada em plena avenida Eduardo Mondlane, estão vedados ao acesso do cidadão.
A residência oficial do governador de Nampula pertence a igreja católica, a qual vem exigindo a sua devolução. A mesma foi “parar” nas mãos do governo no advento das nacionalizações, anos a seguir a independência nacional, conquistada em 1975.
Segundo apurou o Ikweli, primeiro foi a família do chefe do executivo de Nampula que abandonou a residência. Dias depois, o timoneiro seguiu-a.
Nossas fontes no hotel confirmaram que o estado paga, diariamente, pouco mais de 40.000,00mt (quarenta mil meticais) [cerca de dez salários mínimos] para garantir comodidade ao dirigente e sua família.
“Neste momento, o governo ainda não pagou nenhuma conta porque diz que não tem dinheiro. Provavelmente, a factura poderá ser paga logo que ele abandonar o hotel”, disse-nos a nossa fonte.
Victor Borges confirmou a sua instalação temporária mas, duradoura, no referido luxuoso hotel e justifica que o procedimento tem autorização devida por a sua residência ter sido invadida por uma praga de ratos.
Num outro desenvolvimento, o dirigente garantiu que a residência já está em obras de reabilitação, podendo regressar dentro de três semanas. (Aunício da Silva e Celestino Manuel)