Nampula (IKWELI) – Cerca de trezentas famílias dos bairros de Muatala e Namutequeliua, no conselho autárquico de Nampula, viram as suas casas de construção precária destruídas pelas chuvas intensas que se registaram naquele ponto do país nos últimos dias.
Para além da destruição das casas, as condições de higiene e saneamento do meio, também, deterioram-se nos mesmos bairros, chegando a situação de famílias conviverem com águas negras que inundaram as respectivas zonas residenciais.
Situação mais desoladora vivem as famílias que ergueram as suas habitações em zonas de alto risco, como é o caso das imediações do rio Mutomote, o qual escoa maioritariamente águas escoadas no centro da cidade cimento.
O grande problema, segundo notou o “IKWELI” é que as famílias constroem as suas casas em pontos de escoamento de águas, o que impossibilita tal actividade em épocas chuvosas.
“Passamos mal nesta época. Só agradecemos quando a chuva pára”, disse António Anlaue, morador do bairro Namutequeliua, para depois acrescentar que “ficamos preocupados com o silêncio das autoridades competentes que nada fazem para minimizar a situação”.
Anlaue está disposto a abandonar o local onde, actualmente, reside, em troca de um outro mais seguro mas, diz que não dispõe de condições para adquirir um outro talhão.
A zona de Textáfrica, no populoso bairro de Muatala, é uma das, também, afectadas pela situação das construções desordenadas, fraco saneamento do meio e falta de vias de escoamento de águas.
Amede Moma, residente naquela unidade residencial, conta-nos que em épocas chuvosas a situação torna-se mais drástica e, juntamente com o seu agregado, é obrigado a refugiar-se em residências de seus familiares pois, fica tudo inundado e imundo.
O secretário da unidade residencial da Textáfrica, Gamito Issufo, disse ao nosso jornal que a situação de erosão naquela zona é remonta e agrava-se em época das chuvas mas, os gestores da autarquia sabem do problema.
Segundo este dirigente comunitário, o autarca de Nampula, Paulo Vahanle, visitou aquela unidade residencial e prometeu prover solução para o problema da erosão que afecta centenas de famílias.
A promessa do autarca compreende a retirada das famílias das zonas de risco e recolocação em outras mais seguras e livres da erosão.
Oficialmente, o conselho autárquico de Nampula ainda não se pronunciou sobre esta situação mas, das vezes que Paulo Vahanle visitou aos bairros afectados recomendou aos munícipes para sempre pautarem em erguer suas habitações em zonas de menor risco a eventos climáticos. (Celestino Manuel)