Albinos voltam a ter dias difíceis em Nampula

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Nampula (IKWELI) – O rapto e assassinato de pessoas com falta de pigmentação da pele, conhecidas como albinas, continuam sendo um crime que tira sossego aos cidadãos de Nampula, sobretudo as vítimas e seus parentes.

Uma situação que, aparentemente, estava calma volta a ter novos contornos e o nível de perseguição volta a criar pânico na mais populosa província do país.

Foi em 2015 que a prática criminosa atingiu o seu pico no país, observando-se uma constante violação dos direitos humanos das pessoas albinas, incluindo o assassinato (violação do maior direito) e tráfico de partes dos corpos das vítimas.

Na semana passada, segundo relatos em nosso poder, um menor de seis anos de idade, com falta de pigmentação na pele, foi raptado no distrito de Larde, por indivíduos desconhecidos e até agora o paradeiro é desconhecido.

Recorde-se que foi em Larde, onde malfeitores teriam assassinado um técnico de saúde albino para satisfazer suas intenções maléficas e prejudicando-se assim a comunidade que por ele era assistida, incluindo os seus parentes.

O rapto do menor, cuja identidade não apuramos, ocorreu entre a noite e a madrugada do dia 28 de Fevereiro último, na região de Pacone, Posto Administrativo de Mucuali, e os protagonistas são três indivíduos que, também, desconhecemos as suas identidades.

Segundo nossas fontes na região, os três indivíduos teriam iniciado com uma sondagem para perceber com quem vivia o menor, tendo constado que o mesmo estava na noite daquele dia apenas com a sua avô, uma idosa, o que fez com que os malfeitores aproveitassem da fragilidade da anciã e arrombassem as portas.

De acordo com as nossas fontes, a idosa não conseguiu distinguir as pessoas que raptaram o seu neto, mas o certo é que sabe falar que eram três homens.

A Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Nampula, diz que já está a investigar o caso para a possível detenção e responsabilização criminal dos autores do rapto.

“Já encaminhamos este caso ao Ministério Público mas, também, continuamos a investigar o caso”, disse Zacarias Nacute, porta-voz da PRM em Nampula.

Entretanto, este novo rapto já está a preocupar a Associação Amor a vida, uma agremiação constituída, maioritariamente, por pessoas albinas e defende os direito e interesses das mesmas, a nível da província de Nampula.

Segundo Melvim Ernesto, este novo caso de rapto vem deitar abaixo todos os esforços que a sua colectividade tem feito na luta contra o mal e cria, de certo modo, medo no seio daquela camada social, que agora já sente-se na vulnerabilidade.

“Estávamos a ficar descansados, mas agora a preocupação e o medo voltou. Nós estávamos confiantes de que este problema já era do passado”; disse a fonte que, também, é albino.

O nosso entrevistado entende que este problema poderá fazer com que muitas famílias comecem a recear deixar as suas crianças a frequentar a escola, com medo dos seus filhos serem raptados, devido a insegurança instalada.

Contudo, o nosso entrevistado pede maior resposta, por parte das autoridades governamentais e não só, no sentido de travar em definitivo este fenómeno de caça ao homem. (Sitoi Lutxeque)

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