Nampula (IKWELI) – Milhares de alunos, em diversas escolas da cidade de Nampula, assistem as aulas debaixo de árvores e sentadas no chão, por falta de condições nos respectivos estabelecimentos de ensino públicos.
O nosso jornal visitou algumas escolas da periferia, nomeadamente as escolas primárias de Napipine, Mutomote, Niarro e Muthita e a situação que observamos é lamentável.
Na Escola Primária e Completa (EPC) de Muthita, por exemplo, todas as turmas da 4ª classe funcionam debaixo de mangueiras, acácias e cajueiros, facto que concorre para que os alunos estejam constantemente desconcentrados. A escola fica localizada numa zona residencial e não tem se quer uma vedação, ou seja, dividem a atenção entre o professor e os vizinhos da mesma.
Já na EPC de Napipine, localizado nas imediações do campus universitário da Universidade Pedagógica, sete turmas da sexta classe funcionam debaixo de acácias. A escola tem apenas 22 salas mas, o número de turmas ascendem a demanda.
Os alunos lamentam a situação e dizem que nas condições que estudam fica difícil assimilar a matéria ministrada pelos professores, incluindo que a higiene dos mesmos não fica garantida.
O director da EPC de Napipine, Fernando Samil, reconhece o problema mas, diz que a instituição não tem condições financeiras para por cobro a construção de novas salas de aulas.
Direcção dos SEJT não quer falar
Entretanto, o nosso jornal foi aos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia da cidade de Nampula (SEJT) a fim de ouvir os dirigentes sobre o futuro destas crianças que aprendem a ler e a escrever no chão.
No total, a nossa equipa de reportagem tentou por quatro vezes falar com o responsável máximo da instituição mas, sem sucesso, alegadamente por indisponibilidade do mesmo.
Das quatros vezes que fomos aos SEJT de Nampula, duas encontramos o director e as outras duas não. Das vezes que encontramos o director este fez promessas de falar em ocasião posterior.
Portanto, estamos diante de um dirigente que foge falar dos problemas do sector que dirige e que, certamente, vão afectar as metas do governo no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem. (Teresa Paposseco)